domingo, 1 de abril de 2018

Cantar o Ciclo Pascal

O CICLO PASCAL
A igreja primitiva permaneceu fiel à celebração da Páscoa semanal e à anual. Esta última era celebrada com a ''vigília'' solene, considerada sob o aspecto da passagem de Crista, da morte para a ressurreição. Ao redor desse núcleo primitivo vai-se constituindo o "tríduo sagrado'' que celebra a morte de Cristo (Sexta-feira santa), a sepultura (Sábado santo) e sua ressurreição (Domingo com a grande vigília).
Trata-se sempre da Páscoa celebrada em três dias. A solenidade pascal vai se prolongando numa festa de cinquenta dias, o "Pentecostes'', com um marcante destaque para a vinda gloriosa do Senhor (= parusia), considerada iminente.
Até o século IV permanece a visão global e unitária do mistério pascal, com sua sólida concentração no ''Cristo crucificado, sepultado e ressuscitado''.
Por influência da comunidade de Jerusalém, começa a prevalecer o critério da historização, causada pelo desço de contemplar e viver cada um dos momentos da paixão-morte-ressurreição. Isto era sentido particularmente e se tornava possível para os que moravam nos mesmos lugares da vida e da paixão do Senhor. Surge desta maneira a "semana santa'', testemunhada pela primeira vez por Egéria (ou Etéria), no fim do século IV.
Outro elemento, que contribuiu para ampliar o antes e o depois da celebração da celebração do tríduo pascal, foi a celebração do batismo durante a vigília pascal. A este fato, que já encontramos no começo do século III, deve-se acrescentar a missa para a ''reconciliação dos penitentes'', na manhã da Quinta-Feira santa, que se celebrava em Roma desde o século V.
Em estreita conexão com a celebração do batismo durante a vigília pascal e a reconciliação dos penitentes, antes do Tríduo Pascal, Forma-se a ''quaresma'', que adquire a característica de preparação para a páscoa, quer para os catecúmenos, através dos vários graus da iniciação cristã, quer para os Reis, mediante a lembrança do batismo e o exercício da penitência.



QUARESMA
(Preparação)


Liturgia XIV - Quaresma ANos B e C

Cada ano, a Igreja se une ao mistério de Jesus no deserto, durante quarenta dias – quaresma -, vivendo um tempo de penitência e austeridade, de conversão pessoal e social, especialmente pelo jejum, a esmola e a oração, conforme o Evangelho de Mateus (Mt 6, 1-6.16-18), proclamado na Quarta-feira de Cinzas, em preparação às festas pascais. São cinco domingos mais o Domingo de Ramos na Paixão do Senhor, que inicia a Semana Santa, também chamada Semana Maior ou a Grande Semana. É este um tempo forte e privilegiado, em que fazemos nosso caminho para a Páscoa, renovando nossa fé e nossos compromissos batismais, cultivando a oração, o amor a Deus e a solidariedade com os irmãos. Tal austeridade deve se manifestar no espaço celebrativo, nos gestos e símbolos, como também no canto, para depois salientar a alegria da ressurreição, que transborda na Páscoa do Senhor.
Cantar a quaresma é cantar a dor que se sente pelo pecado do mundo, que, em todos os tempos e de tantas maneiras, crucifica os filhos de Deus e prolonga, assim, a Paixão de Cristo... É um canto de penitência e conversão, um canto sem "glória'' e sem "aleluia", um canto sem flores e sem as vestes da alegria, um canto ''das profundezas do abismo" em que nos colocaram nossos pecados (SI 130); um grito penitente de quem implora e suplica: ''Tende piedade de mim, Senhor, segundo a vossa bondade, e conforme a vossa misericórdia, apagai a minha iniquidade'' (SI 50).
O hino da campanha da fraternidade de cada ano explicita o compromisso dos fieis na vivência concreta da quaresma. Poderá ser entoado em algum momento da homilia -- o que facilitaria a vinculação da liturgia da palavra com o ''chão'' da vida (tema da CF) - ou nos ritos finais, no momento do ''envio''.
- A cor roxa, as cinzas e a cruz lembram o caráter penitencial, de conversão;
- O espaço celebrativo deve ser sóbrio, sem ornamentação nem flores no altar;
- Não se recita nem se canta o “Glória”, assim como o “Aleluia”, que são aclamações jubilosas, marcadas pela festa e alegria, o que não combina com a Quaresma;
- É tempo de favorecer o silêncio musical. Por isso, os instrumentos devem acompanhar os cantos de forma discreta, somente para sustenta-lo, um órgão, teclado ao som do órgão ou um violão apenas, silenciando os demais, para manifestar o caráter penitencial desse tempo. Sua função é apenas “prática”, na medida do necessário, para apoiar o canto;
- Cada tempo litúrgico tem sua espiritualidade e  cantos próprios; assim também a Quaresma. Cantos que expressem o conteúdo, os temas, a Palavra de Deus, enfim o aspecto do mistério pascal que celebramos. É preciso saber escolher bem os cantos, que acentuem a conversão, o perdão, a fraternidade e solidariedade, a vida, a luz, inspirados no Evangelho do dia. Mas sempre com os horizontes voltados para a Páscoa de Jesus, mistério central que celebramos em nossas liturgias.
- Neste tempo acontece no Brasil, já há mais de 40 anos, a Campanha da Fraternidade, que propôs, durante muito tempo, também cantos apropriados ao tema de cada ano, o que foi uma riqueza, mas também limitou o repertório dos cantos quaresmais. A partir de 2006 está havendo um esforço para se cantar o espírito e a liturgia da Quaresma, compondo-se apenas um Hino, que pode ser cantado no máximo no final da Celebração. A CNBB, em parceria com a Paulus, tem gravado uma série de CDs do chamado “Hinário Litúrgico”, apropriados para o Ano A, B e C.
- Cantos tradicionais e que já estão na memória do povo, devem fazer parte do repertório: Pecador, agora é tempo... O vosso coração de pedra... Prova de amor maior não há...
- Não se cante o Abraço da Paz, que aliás nem faz parte do rito, mas valorize-se o canto que acompanha a fração do pão, o “Cordeiro de Deus”, pois Jesus é o Cordeiro que tira o pecado do mundo. O “Senhor, tende piedade de nós” também seja valorizado, além das aclamações e pequenos refrãos orantes. O chamado canto final poderia ser omitido, deixando o povo sair em silêncio. Poderia ser outra também a resposta à Oração dos fiéis, que em geral é “Senhor, escutai a nossa prece”, como por exemplo: “Jesus, Filho de Deus, tem compaixão de nós!” além de outras, sugeridas pelo Missal Dominical.
- É importante intensificar o silêncio, criando um clima orante já antes do início da Celebração e ao longo da mesma. Sobretudo no Ato penitencial, na Oração da Coleta, entre as leituras, durante a Narrativa da Última Ceia, após a Comunhão...
A Quaresma desemboca na Semana Santa assim chamada, porque nela celebramos os momentos mais importantes da nossa salvação: “Deus amou de tal forma o mundo, que entregou o seu Filho único... Tendo amado os seus, amou-os até o fim.” (Jo 3,16;13,1). Diz-nos Evair H. Michels, em seu livro “Pastoral da Música Litúrgica – Dicas Práticas”:
“Os ritos da Semana Santa devem ser realizados
 com particular solenidade, pois este tempo é o
coração do ano litúrgico”.

Uma boa sugestão  neste momento é retirar os instrumentos de percussão, e utilizar apenas um violão ou um órgão acompanhando o canto, é um tempo de sobriedade e silêncio. Seria interessante neste momento, colocar os instrumentos em um lugar ao lado do grupo de canto, para que a assembleia perceba que os instrumentos  foram retirados e que as musicas estão mais sóbrias.
Uma outra dica é a retirada do canto da apresentação dos dons, e que todos escutem as palavras pronunciadas pelo presidente da celebração nesta hora. ( " é um canto suplementar, esta categoria inclui os cantos para os quais não há textos específicos previstos. A rigor, são elementos facultativos da celebração, e nem precisam ser falados ou cantados".  Documentos da igreja sobre música litúrgica Paulus, 3.411.3., p. 327). 
Outra dica é a retirada  do canto final (envio) e que todos saiam em silencio.

QUARTA FEIRA DE CINZAS

Canto inicial: Senhor eis aqui o teu povo
Salmo: Piedade ó Senhor (Sl 51 (50)
Aclamação ao evangelho: Louvor a vós, ó Cristo, Rei
Distr. Das Cinzas: João Batista aclamou no Deserto
                                Reconciliai-vos com Deus
                                Pecador agora é tempo
Apresentação dos dons: Recebe este canto do Chão
Comunhão: Agora o tempo se cumpriu


Espiritualidade de cada Domingo da Quaresma

Ano A (Mateus) – Espiritualidade sobre o Batismo
(ver cantos no liturgia XIII – Hinário da CNBB)

1º Domingo: Deserto;
2º Domingo: Transfiguração;
3º Domingo: Samaritana;
4º Domingo: Cego de Nascença;
5º Domingo: Lázaro.

Ano B ( Marcos) – Espiritualidade Cristológica
(ver cantos no liturgia XIV – Hinário da CNBB)

·        1º Domingo: Deserto;
Canto Inicial:  João Batista Aclamou no deserto
Aclamação:    Louvor a vós ó Cristo Rei (versículo: O homem não vive somente de pão)
Apresentação dos dons: Recebe este canto do chão
Comunhão: Quando invocar eu atenderei
Final- em silêncio ou canto da campanha da fraternidade

·         2º Domingo: Transfiguração;
Canto inicial: João Batista aclamou no deserto
Aclamação: Louvor a vós ó Cristo Rei ( versículo: De uma nuvem brilhante falou Deus, o Pai: O meu filho querido, ó povo, escutai!)
Apresentação dos dons: Recebe este canto do chão
Comunhão: Então da nuvem luminosa

·        3º Domingo: Expulsão dos vendilhões;
Canto inicial: João Batista aclamou no deserto
Aclamação: Louvor a vós o Cristo Rei (versículo Destruí este templo e o reerguerei, No terceiro dos dias o levantarei).
Apresentação dos dons: Eis o tempo de conversão
Comunhão:- Como o raiar, raiar do dia

·        4º Domingo: Encontro com Nicodemos;
Canto inicial: Fiquei foi contente
Aclamação: Louvor a vós o Cristo Rei ( Versículo: Deus tanto ama o mundo, seu filho nos dá; Para quem nele crer vida plena alcançar!)
Apresentação dos dons: Eis o tempo de conversão
Comunhão: Glorifica o Senhor Jerusalém


·        5º Domingo: Grão caído na terra.
Canto inicial: João Batista aclamou no deserto
Aclamação: Louvor a vós o Cristo Rei (versículo: Se alguém me servir, ele a mim seguirá; E onde eu estiver, o meu servo estará).
Apresentação dos dons: Eis o tempo de conversão
Comunhão: Se o grão de trigo não morrer


Ano C (Lucas) – Espiritualidade Penitencial ( Misericórdia do pai)
(ver cantos no liturgia XIV – Hinário da CNBB)

1º Domingo: Deserto;
2º Domingo: Transfiguração;
3º Domingo: Figueira Estéril;
4º Domingo: Filho Prodigo;
5º Domingo: Mulher Pecadora.



CANTAR A SEMANA SANTA

"E, humilhou-se, tornando-se obediente até a morte, e morte de cruz.
Por isso Deus o exaltou soberanamente e lhe deu o nome
que está acima de todo os nomes" (Flp 2,8-9).



            A Semana Santa é o período mais próximo da Páscoa do Senhor. É uma semana de intensas celebrações e espiritualidade. É fundamental lembrar que a Vigília Pascal constitui o núcleo central de toda a Semana Santa. Vale ainda lembrar que o Tempo da Quaresma só termina na tarde da Quinta-feira Santa antes da Ceia do Senhor.

            A Semana Santa começa com o Domingo de Ramos e da Paixão do Senhor e termina na tarde do Domingo da Ressurreição. É um período curto, porém denso. Na vespertina da quinta-feira santa dá-se início ao Tríduo Pascal com a Missa da Ceia do Senhor. Na Sexta-feira Santa a Igreja celebra o Mistério da Morte de Jesus. Neste dia não há celebração eucarística. No Sábado Santo, celebramos a permanência do Senhor no Sepulcro. Neste dia apenas é permitido a Liturgia das Horas.

            A Igreja está em luto!. A noite de sábado celebra-se a Vigília Pascal. Ela é o ponto máximo de todo o Ano Litúrgico. É a mãe de todas as vigílias. Nesta noite celebramos não somente a Páscoa do Senhor, mas também a páscoa dos cristãos. Fundamentalmente, celebramos a vida renovada em Cristo Ressuscitado. Os diversos ritos desta celebração fazem a vida divina penetrar na vida da comunidade celebrante.



DOMINGO DE RAMOS DA PAIXÃO DO SENHOR

A Semana Santa inicia com o Domingo de Ramos, nesta liturgia celebramos a entrada triunfal de Jesus Cristo em Jerusalém, poucos dias antes de sofrer a Paixão, morte e ressurreição.
Montado em um jumentinho Jesus é aclamado pelo povo com folhas de palmeiras nas mãos, dizendo "Rei dos Judeus", "Hosana ao Filho de Davi", "Salve o Messias"... Com isto Jesus entra triunfante em Jerusalém despertando nos sacerdotes e mestres da lei, muita inveja, desconfiança, e medo de perder o poder. Inicia assim uma conspiração para matar Jesus.
O povo o aclama cheio de alegria e esperança, pois Jesus como o profeta de Nazaré da Galiléia, o Messias, o Libertador, certamente para eles iria libertá-los da escravidão que os massacrava com rigores excessivos e absurdos.
Poucos dias depois este mesmo povo, manipulados pelas autoridades religiosas, o acusaria de impostor, de blasfemador, de falso messias. E incitada pelos sacerdotes e mestres da lei, exigiria de Pôncio Pilatos, governador romano, que o condenasse à morte.
 Depois de fazermos este pequeno memorial partimos então para nossa celebração litúrgica, o Domingo de Ramos pode ser chamado também de "Domingo de Ramos e da Paixão do Senhor". Nele, a liturgia nos relembra e nos convida a celebrar esses acontecimentos da vida de Jesus que se entregou ao Pai como Vítima Perfeita e sem mancha para nos salvar da escravidão do pecado e da morte. Crer nos acontecimentos da Paixão, morte e ressurreição de Nosso Senhor Jesus Cristo, é crer no mistério central da nossa fé, é crer na vida que vence a morte, é vencer o mal, é também ressuscitar com Cristo e, com Ele vivo e vitorioso, viver eternamente.
·         Canto Inicial: Hosana e viva
·         Procissão: Os Filhos dos Hebreus
·         Salmo: (Ano B)  Meu Deus Meu Deus ( Sl 22/21)
·         Aclamação ao Evangelho: Salve, ó Cristo obediente
·         Apresentação das oferendas: Em Jerusalém
·         Comunhão: Pai, se este cálice. – Meu Deus, o meu Deus, - Que poderei retribuir ao Senhor?



CANTAR A CEIA DO SENHOR – QUINTA-FEIRA SANTA:

Na Quinta-feira Santa a Igreja celebra o Mandamento Novo do Amor simbolizado pelo lava-pés. Também são celebradas a instituição da Eucaristia e do Sacerdócio Ministerial. Os cantos agora se revestem da suavidade do Amor. Porém deve-se cuidar para que os cantos e os instrumentos musicais não extrapolem. Convém lembrar que é na Vigília Pascal que o canto do Glória é entoado com toda vibração e entusiasmo.  

No final da celebração temos a transladação do Santíssimo Sacramento. Terminada a oração após a comunhão, começa a procissão de transladação do Santíssimo. Enquanto isto acontece, os fiéis entoam cantos eucarísticos, e quando a procissão chegar ao local onde ficará guardado o Santíssimo, encerra-se com o canto do Tão sublime Sacramento. Temos o costume de realizar a vigília eucarística enquanto o Santíssimo estiver guardado. Cuide-se para que seja feita com sobriedade, mesmo nos cantos.


·         Canto Inicial: Nós devemos gloriar-nos
·         Salmo: Que poderei retribuir (Sl 116 (115)).
·         Glória:.........
·         Aclamação ao Evangelho: Eu vos dou um novo mandamento
·         Lava pés: Jesus erguendo-se da ceia, - Quanto tempo eu desejei
·         Apresentação das oferendas: Onde o amor e a caridade
·         Comunhão: Pai, se este cálice. – Eu quis comer desta ceia agora





CANTAR A PAIXÃO DO SENHOR – SEXTA-FEIRA SANTA:

A celebração desdobra-se em três partes: (A) Liturgia da Palavra, (B) adoração da Cruz e (C) comunhão. Os cantos devem corresponder ao espírito da liturgia deste dia. É um canto de pranto, de perda, canto de dor e tristeza. Mas é também um canto de confiança, a confiança do Servo Sofredor, que se entrega por todos nós, sem reservas. Nesta confiança, o canto deve nos inspirar a nos abandonar com Cristo nas mãos do Pai, para que se realize, assim como em Cristo, a sua vontade. Mas é também um canto de vitória, pois “Cristo, por nós, se fez obediente até a morte e morte de cruz. Por isso Deus o exaltou...” (cf. Fl 2,8-9).  Os cantos devem ajudar a deixarmos nos envolver pelo dinamismo da liturgia da Paixão do Senhor, na atitude de quem dá a vida por seus amigos.
            Não convém, neste dia, utilizar muitos instrumentos musicais, como é de costume. Pode-se, porém, usar um instrumento sóbrio, apenas para dar sustentação ao canto. Mas lembre-se, de forma bem discreta. Uma boa sugestão é o som de um órgão ( bem suave ), ou um violão bem dedilhado ( com suavidade ), ou até mesmo somente canto sem instrumento.
·         (A)  Liturgia da Palavra:
Sl resp. 1. Eu me entrego, Senhor, em tuas mão (Sl 31(30)
Sl resp. 2. Salve, ó Cristo obediente (Fl 2,8-9)
Anuncio da Paixão: Anuncio da Paixão I e II - Paixão de um Deus Amante

·         (B) Adoração da Cruz:
Eis o lenho da cruz
Lamentos do Senhor I
Lamentos do Senhor II
Lamentos do Senhor III
Em Jerusalém Prenderam Jesus
Meu bom Jesus do Calvário
Vitória tu reinaras
Fiel madeiro da Santa Cruz
Abra a porta
Nossa Glória é a Cruz
Bendita e louvada seja
Pai, em tuas mãos

·         (C) Comunhão:

Se o grão de trigo não morrer
Eu vim para que todos tenha vida
Prova de amor

VIGÍLIA PASCAL (Sábado)

Páscoa é tempo de alegria e júbilo, para entoar cantos de festa em honra de Cristo Ressuscitado. O Tempo Pascal começa na Vigília Pascal e termina com a solenidade de Pentecostes. Os cantos e instrumentos terão participação fundamental. Sejam cantados e tocados com alegria, com entusiasmo, vibrantes. Valorizar os cantos do ordinário da missa principalmente o canto do Aleluia. Os cantos devem nos ajudar a fazer uma experiência profunda do Mistério Pascal. O canto neste tempo é um canto de alegria, canto de tantos aleluias! Canto de vitória! Mas cuidado acabamos de sair de um tempo penitencial, sóbrio, onde os instrumentos estavam bem suaves e discretos, agora é possível que os instrumentos retornem com alegria e vivacidade, mas não devem extrapolar, cobrir o canto do povo, os instrumentos devem estar alegres, em tom, ritmo e andamento, mas com discernimento do instrumentista em tocar com a assembleia e não cobrir o canto da mesma.


·         CELEBRAÇÃO DA LUZ
Precônio
A luz de Cristo!
Exulte de alegria.
Salve, luz eterna

·         LITURGIA DA PALAVRA
1º SI Resp.
(Após Gn 1,1-2,2)
Quando tu, Senhor (SI 104(103)
Sobre nós venha. Senhor (SI 33(32). 62 e 6

2º SI Resp.
(Após Gn 22,1-18) - Guardai-me, ó Deus (SI 16(15)

3º SI Resp.
(Após Ex 14,15-15,1) - Entoou Moisés (Ex 15)

4º SI Resp.
(Após is 54,5-14) - Eu vos exalto, ó Senhor (SI 30(29)

5º SI Resp.
(Após is 55,1-11)- Ao Senhor dai graças (is 12,2-6)

6º SI Resp.
(Após Br 3,9-15-4,4) - Senhor tens palavras (SI 19(18)

7º SI Resp.
(Após Ez 36,16-28) - A minh'alma tem sede (SI 42, V.2a e b)
(Se houver batizados) - Criai em mim (SI 51(50} (Estr. 2 e 3)

·         VIGÍLIA PASCAL (Cont.)
Glória
Aleluia, Rendei Graças ao Senhor (SI 118(117) (V1,4,6)

·         (C) LITURGIA BATISMAL
Ladainha: Ladainha dos santos
Aclamação: (durante a oração sobre a água) ..Fontes do Senhor
                    (durante a aspersão) ....................A minh’alma tem sede

·         (D) LITURGIA EUCARÍSTICA
Oferendas:  Ofertamos ao Senhor um mundo novo
Comunhão:  Cristo, nossa Páscoa foi imolado


UMA EXCELENTE SUGESTÃO SÃO OS 
CANTOS DO HINÁRIO LITURGICO DA CNBB


CANTAR A RESSURREIÇÃO  DO SENHOR



Liturgia XV - Pascoa Ano C

É cantar em plena escuridão, ao crepitar de uma fogueira que nunca se extingue, o resplendor de uma luz que jamais se apagará! (Lit. da Luz)
E proclamar as maravilhas que fez o Senhor desde a Criação do universo, passando pela Libertação dos Hebreus, até a Restauração após o exílio, e, sobretudo, retomar o alegre ALELUIA da vitória de Cristo sobre o mundo e sobre a morte, da qual participamos todos os que n'Ele fomos batizados, à semelhança de sua Morte e Ressurreição (Liturgia da Palavra).
E deleitar-se com a presença do Ressuscitado, ao ver jorrar do seu lado aberto a fonte da salvação,
e beber com alegria da Agua da Vida, restaurando assim as energias perdidas no desgaste de uma vida sem sentido, privada do seu objetivo maior: o encontro com o Deus vivos (Liturgia Batismal)
É celebrar com satisfação inédita a Ceia do Cordeiro imaculado nossa Páscoa, comendo do Pão não fermentado, com corações sinceros e contentes, e assumindo com mais garra do que nunca, na força do Espírito da Verdade, o compromisso com a causa do Reino, neste mundo de trevas, onde a morte impera sob tantas formas de opressão (Liturgia Eucarística).
E, assim, a rainha de todas as noites, a seresta da Ressurreição, será aquele cantar mais forte e vibrante, mais solene e significativo, que manterá acesa, por todos os dias da Quinquagésima Pascal, e reacenderá, cada domingo do ano, aquela Esperança que ''não engana. Porque o amor de Deus foi derramado em nossos corações pelo Espírito Santo que nos foi doado'' (Rm 5,5) (Conf. a Oração após a comunhão).
Sugestão de cantos para ascensão está no liturgia XV da CNBB - Páscoa ano C



CANTAR A ASCENSÃO DO SENHOR

A ascensão é a festa do triunfo do Senhor,  vitorioso sobre o pecado e a morte, retorna para junto do pai, e promete enviar o Espírito Santo (Mas recebereis o poder do Espírito Santo que descerá sobre vós, para serdes minhas testemunhas em Jerusalém, em toda a Judéia e na Samaria, e até os confins da terra.)  ( At. 1,8 ) para que todos os que nele creem e o amam, possam participar de sua vitória e do seu triunfo. Tem caráter missionário. Quem é abençoado, cumulado de bens, é chamado também a abençoar, a levar o bem para os outros.

Sugestão de cantos para ascensão está no liturgia X da CNBB - Páscoa ano B


Canto inicial: Aleluia batei palmas
                       O Senhor foi preparar
Salmo: Por entre aclamações (SI 47(46)
Aclamação:  Aleluia, estrofe 14
Apresentação dos dons: Cristo Ressuscitou
Comunhão: O Senhor Subiu ao céu
                     Não fiquem tristes

Cantar Pentecostes
A solenidade será muito bem preparada a partir do 6º Domingo da Páscoa, seguida pela ascensão, tudo isto nos prepara para a festa de Pentecostes. É o 50º dia da Pascoa, o encerramento da Páscoa, a promulgação da nova Aliança no Espírito, pelo qual Cristo continua sua obra na igreja e no mundo. É o mistério de Cristo que envia seu Espírito prometido,é a festa da igreja animada e guiada pelo Espírito Santo, a festa de Pentecostes leva a igreja a renovar em si o Espírito, o Dom de Deus, que lhe é dado no Sacramento da Crisma ou Confirmação. Esta solenidade também tem profundo caráter missionário e apostólico.
Pentecostes é "o último dia da festa"  ( Jo 7,37 ), da festa maior, do grande ALELUIA,  da alegria, sem par, que invade o coração dos cristãos, reunidos em nome e por ordem do Senhor Jesus, esperando o cumprimento de suas promessas. É antes de tudo cantar esta provisória plenitude, que a cada ano se renova, enquanto caminhamos pelas estradas do mundo, em busca da plenitude final e definitiva, quando Deus será "tudo em todos" ( 1 Cor 15,28 ) ( canto inicial do dia ).
A ressurreição de Cristo foi o desabrochar da primavera, e, no calor do Espírito, os frutos da Árvore da Vida vinham brotando e sazonando...  Quem semeou entre lágrimas ( Quaresma ), hoje faz com alegria a colheita final... É do melhor que se colheu, se faz oferta ao Senhor, para "o louvor de sua Glória", na assembleia dos irmão em Jesus, para a reativação da caminhada ( Sl 126 ) ( sugestão para preparação das oferendas )
É a soma de todos os dons e de todos os bens, que Jesus nos comunica com efusão do seu Espírito, o que vale dizer, muito recriado, reconciliado, paraíso perdido e reencontrado ( Sequência e salmo Responsorial).
É proclamar "as maravilhas de Deus", por todas as maneiras e em todas as línguas, e na força deste canto, encher-se da coragem da fé " que vence o mundo", da robustez do Espírito, e sair a testemunhar a vitória da Vida" até o fim dos tempos" ( Mt 28,20 ), "até os confins da terra" ( At 1,8 ) ( prefácio e comunhão ).
Sugestões de cantos para pentecostes se encontram no Fascículo II do hinário da CNBB ou no liturgia X da CNBB - Páscoa ano B

Canto Inicial: O Espírito do Senhor
Salmo: Quando tu Senhor
Sequencia: A nós descei
Aclamação: Aleluia, (estrofe própria de pentecostes)
Apresentação dos dons: Eis a procissão
Comunhão: Perseveram todos unidos





Rogério Bucci
Coordenador Diocesano da Música Liturgica

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